Amável alucinação
Estava eu em uma banheira envolta de um liquido vermelho e espesso.
Olhando para o alto, o coração acelerado, a euforia e desejos ocultos brotavam em
meus pensamentos inevitavelmente. Sem serem convidados eu os tentava expulsar.
Mergulhando minha cabeça naquele liquido de cor excitante, até não mais aguentar
segurar o folego. Mas a cada momento ali vivido me fascinava ainda mais.
Olhei mais uma vez para o alto a contemplar o teto, olhando fixamente para o
lustre, as luzes com pouca iluminação, parecia cenário de filme de terror, velas ao
redor, de diferentes cores e tamanhos, algumas acesas e outras apagadas, fechei os
meus olhos e por alguns segundos ouço um barulho e sinto pequenas ondas do liquido
ao meu redor, abri os olhos e eis que a minha frente surge uma mulher de olhos
purpura a me olhar fixamente. Suas vestes se misturam ao sangue e parecia ser um só.
Meu folego nessa hora parece ser roubado e com um longo beijo ela me devolve.
Quando os seus lábios dos meus se afastam, sinto meu sangue ferver e toda a euforia e
desejos em mim parecem se multiplicar.
Ela me olha tão fixamente e os meus olhos hipnotizados acompanham os seus.
Ela põe suas mãos sobre meus ombros nus de forma firme e suave e aos poucos vai
descendo, até os meus seios. Beijamos-nos com fúria e então com facilidade
desabotoo seu vestido. Ela fica de pé e me olhando tira-o lentamente e mesmo com a
pouca luz, posso ver seus seios firmes e de tamanho médio, sua cintura fina, seus
quadris, suas pernas torneadas. Ela usa uma calcinha de renda de cor vinho.
A cada local explorados por meus olhos meu coração acelerava e de mim
jorrava um liquido de prazer. Com a respiração ofegante fico de pé junto a ela, a beijo mais
uma vez longamente, sentindo sua língua passear dentro de minha boca. Levo minhas
mãos até seus seios, aperto-os levemente e ao mesmo tempo ela percorre minhas
costas com suas unhas e parece arrancar minha pele. Uma dor lancinante me possui, e
agora estou ofegante numa inevitável onda de prazeres, nos olhamos e sorrimos uma para outra.
Aproximo-me de seus ouvidos e digo baixinho e ofegante:
– Te quero mais que tudo!!!
Ela da uma gargalhada assustadoramente gutural e leva sua mão até entre
minhas pernas. E no meu ouvido fala baixinho como se tivesse receio que alguém mais ouvisse.
-Estás tão molhadinha…
Sua voz angelical e suave me arrebatava. Ela então passeava suas mãos entre
minhas pernas e nesse momento parecia extasiada, minhas mãos percorriam por seu
corpo, explorando cada milímetro dele e então ela fazia movimentos circulares em meu
clitóris que me enlouqueciam. E espontaneamente afastei minhas pernas uma da
outra e ela introduzia ali dois de seus dedos em mim, em movimentos de vai e vem e
aos poucos aumentando a velocidade.
Bati em seu bumbum com força e apartei-o e ela me arranhava e seus dedos ali
não paravam. Como se estivesse lido meus pensamentos, fomos saindo da banheira
aos poucos e trocando as mesmas caricias, porem agora nos arranhávamos, nos
batíamos, nos mordíamos, beijávamos e nos olhávamos. Fomos até a cama, olhando
uma pra outra ela me jogou na cama e me beijou profundamente. Nossos corpos nus e
molhados, nem me incomodei que fosse manchar a colcha da cama que era de cor
clara. Em nossos olhos e expressões estavam rabiscados os desejos que sentíamos ali.
Ela estava ali sobre mim, sua língua percorrendo meus seios e depois como um
bebê faminto chupava-os com força, parecendo saciada ela me olhou riu com malicia e
levou seus lábios por entre minhas pernas. Sua língua explorava toda a parte interna
das coxas e posteriormente parava em meu clitóris fazendo movimentos circulares,
introduzindo sua língua dentro de mim e chupando-me enquanto sentia meu corpo
tremer, e ofegante gemia e delirava de tanto prazer, como se todos aqueles
sentimentos estivessem sido injetados e eu estivesse tendo uma overdose. Senti algo
de mim sair e então senti uma calma e fiquei a olha-la e ela então passou a mão em
meu rosto fechando meus olhos e inevitavelmente adormeci.
Acordei algum tempo depois com as costas ardendo e nelas fios de sangue
podiam ser percebidos assim como as marcas que ficaram nos lençóis. Levantei e
procurei por ela em cada canto daquele quarto e não a encontrei, fui até o banheiro e
a banheira estava cheia de espumas, as luzes ainda estavam acesas, as velas tinha
acabado. Coloquei o roupão e fui até a varanda na esperança de encontra-la por algum
lugar. A rua estava completamente deserta, o sol estava tímido e eu ali me perguntava
se tudo aquilo tinha sido real? Qual era mesmo seu nome? De onde tinha surgido? Era
ela um anjo ou um demônio? Ou teria sido a melhor das minhas alucinações? Como
poderia eu sentir tanto prazer em ser tomada por uma mulher? De todas as duvidas a
que mais me preocupava, era se algum dia iria vê-la de novo.
“Um anjo com a inocência de um demônio ou um demônio com a malicia de
anjo.” Minha amável alucinação.
Dyane Albuquerque