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PEQUENAS HISTÓRIAS SOBRE NÃO PERDER A FÉ NA HUMANIDADE (PARTE 2)

Como já dizia o ditado: Seja você a mudança que você quer ver no mundo…

 

Qual o valor das coisas sentimentais??

Durante o longo da nossa vida, temos o costume de acumular coisas, seja por hobbie, paixão ou algum tipo de apego emocional… Mas chega uma hora que precisamos abrir mão de certas coisas; seja para abrir espaço para novas coisas, ou apenas para se livrar de algumas tralhas velhas…

Eu durante a vida até que acumulei poucas coisas, pois apesar de ser extremamente ciumenta com minhas coisas, quando chega a hora de abrir mão, é porque sei  que não fará mais falta. Claro que existem algumas coisas como cartas de 16 anos atrás que não consigo abrir mão, mas algumas outras eu simplesmente coloco em um saco e dou a quem precisa. E durante a minha transição de casada para solteira me deparei com sacos e mais sacos de bichinhos de pelúcia, tristes e empoeirados num canto qualquer. Ia levar em um orfanato, mas como o mais próximo é longe de casa, deixei lá no porta malas do carro para uma hora levar. Até tem um lugar perto do meu serviço que eu poderia levar, mas lá sei que eles seriam vendidos em bazar, e apesar do dinheiro arrecadado ser para o próprio estabelecimento, queria dar a quem realmente precisasse…

E depois de uns 2 meses rodando com eles no porta malas do carro vi a oportunidade ontem. Um senhor de faixa etária por volta dos 50 anos que fica toda noite na porta do banco “olhando” os carros e ajudando a estacionar e que pede umas moedinhas em troca… Na saída perguntei a ele se tinha filhos ou alguma criança em casa e ele disse morar com a irmã e que tem uma sobrinha de 8 anos… Perguntei se ele gostaria de dar os bichinhos a sobrinha dele e o sorriso foi encantador.

Quando minha mãe viu as coisas no carro e eu contei o fim que queria dar e eles, ficou chocada e me fez uma pergunta que ficou ecoando na minha cabeça por alguns dias: “mas você não tem dó de se desafazer das suas coisas, suas lembranças?” …

Realmente existem coisas que por mais que olhe e vejo que não terão mais utilidade, eu não consigo me desfazer, mas essas em especial; por mais que eu tenha ficado pensativa por alguns dias senti que estava na hora de desapegar. Não por me trazer recordações ruins ou algo do tipo, pois se tem algo que estou aprendendo é levar comigo as coisas boas da vida… Nada é para sempre, nem mesmo nossa vida, então não adianta ficar chorando e se lamuriando por um relacionamento que não deu certo, não deu… Bola pra frente… Mas aqueles bichinhos em especial iam acabar dentro de sacos pretos em cima de um guarda roupas qualquer para qual finalidade?

Me lembro de cada um deles, de cada ocasião que ganhei e de cada sentimento que tive, porém sempre lembrarei deles, olhando paras as pelúcias ou não… E esse sentimento que tive ao ganhar é uma coisa que posso compartilhar com alguém, então porque não?! Apesar de querer ver o sorriso da criança ao ganhar, o sorriso que este senhor me deu, e seu abraço quente em uma noite fria, fez valer a pena abrir mão de algo que ficaria jogados por anos em um canto qualquer. O valor sentimental não tem preço, e nós levamos ele no coração, sem necessariamente ter que deixar esse sentimento “materializado” em alguma coisa. Basta você saber a sua hora certa de abrir mão do material e ficar apenas com o sentimental…

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Gaby Vieira

Fotografia é minha profissão e minha paixão, para qualquer lugar que eu vá minha câmera sempre vai comigo. Amante do bom e velho rock 'n' roll e uma cerveja gelada na praça da esquina com as amigos e papos aleatórios, também sou viciada em filmes e seriados. E já fui a tia da merenda por quase 2 anos em uma escola. Experiência na qual nunca mais quero passar...