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Começou a Lampions League 2018

Nesta terça-feira, 16, rola a bola pela primeira rodada da fase de grupos da Copa do Nordeste 2018. Conhecida pela rivalidade regional, esta edição reúne clubes tradicionais e expoentes do futebol nacional, como o CSA de Alagoas, recém-promovido à Série B do Brasileiro e o Globo, de Natal, atual campeão da Quarta Divisão.

No entanto, esta temporada conta com a ausência do Sport, que desistiu de participar em boicote à competição, e a má fase dos rivais pernambucanos (Náutico e Santa Cruz, rebaixados à terceira divisão) – o que sinaliza um enfraquecimento técnico na competição.

A cada edição, o favoritismo fica por conta de dois ou três times, que medirão forças pelo caneco. Há, inclusive, supremacia do futebol baiano e pernambucano no certame.

Nos quatorze anos em que foi disputado, em sete vezes o troféu ficou com clubes baianos (quatro com o Vitória e três com o Bahia). Já os times de Recife levantaram o caneco por quatro vezes (com o Sport, tricampeão do Nordestão e o Santa Cruz em 2016).

Mas, surpresas como o Campinense – finalista em 2016 e campeão em 2013 -, eventualmente aparecem e vêm para fortalecer o nivelamento da Copa do Nordeste. Entretanto, neste ano a competição inicia com três favoritos: Ceará, Vitória e o atual campeão Bahia – os clubes nordestinos na elite do futebol nacional.

O Tricolor baiano, inclusive, aparece como principal favorito a levantar a taça pela segunda vez consecutiva. É verdade que, do time que empolgou na reta final do Brasileiro e sonhou com uma vaga na Libertadores, algumas peças importantes saíram, como o volante Renê Júnior, o goleiro Jean, o lateral-esquerdo Juninho Capixaba e o meio-campista Allione.

Mas a nova diretoria, empossada no fim de 2017, agiu rápido para planejar o elenco para esta temporada com bons reforços e permitir que o técnico Guto Ferreira, que retorna ao comando tricolor após passagem pelo Internacional, arme um time competitivo.

Assim, as principais carências foram sanadas com a chegada de Douglas (goleiro destaque no Avaí), do lateral chileno Mena (líder de assistências no Sport), dos volantes Nilton e Élton, além do meia-atacante Élber (ex-Cruzeiro) e do centroavante Kayke (ex-Flamengo e Santos). Falta ainda a contratação de mais um atacante de beirada de campo, para repor a saída do colombiano Mendoza.

É justamente esse planejamento que põe o Bahia como principal candidato ao título, principalmente quando comparado ao seu rival, o Vitória. O rubro-negro manteve posição discreta no mercado de transferência e não anunciou muitas contratações. De chegada, por enquanto, apenas os laterais Lucas e Bryan, o volante Lucas Marques e o atacante Denilson.

Por outro lado, a saída de importantes peças, como Caíque Sá e David põe dúvidas na cabeça do torcedor sobre a performance do time, que terminou o ano no drama entre o rebaixamento e a permanência na Série A.

A pedra no caminho

Quem pode despontar como principal oponente a fim de atrapalhar os planos da dupla Ba-Vi é o Ceará. No ano em que retorna à elite do futebol nacional, o Vozão, como é conhecido, investiu pesado para não fazer feio nas competições que disputará em 2018. A estimativa da diretoria é de uma folha salarial de R$ 1,2 milhão, podendo chegar a R$ 2 mi ao longo da temporada.

Dos quinze novos atletas que reforçam o time, há nomes interessantes que certamente chegam para agregar ao elenco alvinegro.

É o caso do atacante Douglas Coutinho, com boa passagem pelo Atlético Paranaense, do meia Andrigo, que estava no Atlético-GO e é formado na base do Internacional, do goleiro Renan, ex-Goiás, do volante Naldo, ex-Ponte Preta e o meia colombiano Javier Reina, com passagens pelo Vitória.

Mas o destaque fica por conta das chegadas de Juninho, volante vindo do Bahia, e do meia Wescley, que fez parte do time do Ceará campeão da Copa do Nordeste de forma invicta, em 2015. Os atletas certamente terão espaço garantido no time titular do Ceará no decorrer do torneio e fortalecem ainda mais a parte técnica do elenco.

Rivais enfraquecidos

No meio do ano passado, um levante realizado por três clubes pernambucanos colocou a realização da Copa do Nordeste em risco.

Santa Cruz, Náutico e Sport ameaçaram boicotar a edição 2018 do torneio por não concordarem com o formato de disputa do Nordestão – que teve doze clubes garantidos na fase de grupos e oito na fase preliminar. Desses, apenas o Sport manteve a posição e anunciou a desistência de sua participação, enquanto Náutico e Santa Cruz voltaram atrás e irão disputar o certame.

A ausência do Leão da Ilha certamente pode ser considerado como um enfraquecimento no nível técnico da Copa do Nordeste. O time é detentor de três taças do regional e esteve na final no ano passado, quando foi batido pelo Bahia.

Já o Timbu e o Santinha vivem péssimo momento, após o rebaixamento para a Série C do Campeonato Brasileiro, no ano passado.

Enfraquecidos e com dificuldades financeiras, a dupla pernambucana teve que reduzir as suas respectivas folhas salariais e seus elencos são mesclas de nomes desconhecidos e jovens das divisões de base.

Assim, as equipes ,que antes eram vistas como potências nordestinas e consequentemente favoritas ao título regional, hoje figuram mais como eventuais surpresas.

Zeca-Brito, o mascote da Lampions.

Finanças em alta

Antes mesmo de estrear, a Copa do Nordeste já é um sucesso comercial para as emissoras do SBT Nordeste. Três cotas já foram vendidas: Net/Claro, Schin e Cachaça 51.

A alta procura fez as emissoras aumentarem a cota regional em mais duas. Ou seja, até o fim do campeonato, mais outros dois patrocinadores de peso podem surgir.

Nas cotas locais, outros gigantes como a empresa de cosméticos O Boticário surgem – a empresa patrocinará a exibição de Salvador.

Nenhuma cota regional custou menos que R$ 4 milhões de reais. Este dinheiro será repartido pelas emissoras que compõe o SBT Nordeste, que terão ganhos solos com o que conseguirem vender de cota local.

Além disso, a expectativa é grande para que os jogos sejam líderes de audiência. Em Fortaleza e Salvador, a expectativa é ultrapassar a Globo assim que a novela O Outro Lado do Paraíso termine nas noites de terça.

A Lampions já é a competição mais charmosa do futebol brazuca, muito por relembrar o futebol raiz e nós vamos acompanhar as partidas aqui no A Hora da Merenda. Chega aí com a gente cabra bom.

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Andre Sousa

André Sousa, Cearense, 31 anos, pseudo intelectual de rede social, inteligentemente gaiato e consumidor moderado de drogas lícitas.